É comum os adultos pensarem, nesta fase conturbada da vida, que o divórcio é um problema somente deles, e não dos filhos. Mas o divórcio não abala apenas os adultos, atinge também as crianças e os adolescentes, diante das grandes mudanças que representa no sistema familiar, como:
• perda ou redução de disponibilidade de um dos pais;
• queda no padrão de vida;
• mudanças em residência, escola, vizinhança e amizade;
• o novo casamento de um dos pais, ou dos dois pais, e o ajustamento aos novos membros da família.
A reação dos filhos ao divórcio
Os filhos geralmente apresentam vários sentimentos em relação ao fim do relacionamento dos pais, como:
CHOQUE – CONFUSÃO – CULPA – RAIVA – ANSIEDADE – ALÍVIO – TRISTEZA – VERGONHA– SAUDADE – ESPERANÇA
Mas alguns filhos também podem se sentir aliviados com o divórcio dos pais, no caso de violência doméstica ou intenso conflito existente à época em que todos viviam juntos, porque a exposição deles à violência e/ou ao conflito diminuiu.
Algumas crianças e alguns adolescentes podem ter problemas emocionais e comportamentais mais duradouros, mas isso não é uma consequência inevitável para os filhos cujos pais se divorciam. Cerca de um terço das crianças e dos adolescentes cujos pais se divorciam têm problemas significativos nos anos seguintes ao divórcio, um terço tem algumas dificuldades moderadas e o terço restante se adapta muito bem (TEYBER, 1995).
A reação dos filhos depende muito de como os pais lidam com as mudanças na família e priorizam cuidar deles próprios e dos filhos. Desajustes dos filhos podem se desenvolver com mais frequência nos filhos que são envolvidos no conflito dos pais. Proteger os filhos do conflito intenso dos pais pode beneficiá-los muito.
Pesquisas indicam que as crianças e os adolescentes que residem com apenas um dos pais e são submetidos a um nível baixo de conflito se dão melhor que as crianças e os adolescentes que residem com ambos os pais no mesmo lar, mas em uma atmosfera de intenso conflito. Diferentes estudos indicam que a existência de um bom diálogo entre os pais após o divórcio é um dos responsáveis pelo ajustamento psicológico dos filhos de pais divorciados (HETHERINGTON apud JOHNSON, THORNGREN e SMITH, 2001).
Assim, por si só, o divórcio não é sinônimo de problemas emocionais nos filhos, mas é necessária a consciência de que a parentalidade não termina ou diminui após o divórcio, havendo a necessidade de continuidade e estabilidade das relações afetivas das crianças e dos adolescentes com o pai e a mãe e adequado entendimento e respeito entre estes.
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Fonte: https://www.cnj.jus.br